13/06/08

Centro de Controle de Zoonoses proíbe adoção desses animais próximo à data.
Veterinários temem que animais sejam sacrificados ou vítimas de maus-tratos.

De animal venerado no Egito antigo, os gatos pretos se tornaram séculos mais tarde alvo de superstições de toda a espécie no Ocidente. Até os dias de hoje, há quem associe esses animais a mau agouro e a todo tipo de superstição.
Para evitar que os gatos de cor preta sejam vítimas de maus tratos, o Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (CCZ), órgão ligado à Secretaria Municipal da Saúde, baixou há cerca de oito anos norma que proíbe a adoção dos bichanos “alguns dias antes” antes das sextas-feiras 13.

Quem explica é a veterinária Solange Germano, de 51 anos, há mais de 20 atuando no CCZ. Ela prefere não especificar quanto tempo antes das sexta-feiras 13, data envolta em misticismo, a proibição é aplicada para que os mal intencionadas não tentem burlar a determinação. A norma teve início quando um desses suspeitos tentou adotar um gato de cor preta do Centro de Controle de Zoonoses, responsável por zelar por esses animais e controlar a população de animais domésticos da capital.

“Embora não tenha uma estatística que diga o que pode acontecer, já ocorreu uma vez de uma pessoa vir aqui à procura de um animal preto. Ela falou para a funcionária: ‘Eu vou fazer um trabalho e preciso de um gato preto’”, relembra a veterinária. Ele não foi o único. Outros suspeitos, conforme relata Solange Germano, já sondaram o CCZ em busca de gatos pretos próximo à data. Animais de cor preta, como galinhas, são freqüentemente encontrados mortos, em rituais de sacrifício, por agentes do órgão.