WASHINGTON (Reuters) - Tudo o que ele estava tentando fazer era aliviar a dor nas costas crônica de uma paciente, mas quando Stuart Meloy colocou um eletrodo nas costas dela, ela gemeu. Não de dor, mas de prazer.
"Essa é uma citação direta, ela disse:"você vai ter que ensinar meu marido como fazer isso"", afirmou Meloy, um anestesiologista e especialista em dor em Winston-Salem, Carolina do Norte.

Meloy descobriu um efeito colateral inesperado do aparelho de dor que estava usando -- a capacidade de causar o orgasmo. Ele patenteou esse uso inesperado do aparelho, um estimulador da medula espinhal fabricado pela empresa Medtronic.
Agora, Meloy está tentando negociar com a empresa a comercialização do aparelho para esse novo uso.
Tudo começou com uma operação de rotina de Meloy, que estava tentando ajudar uma paciente com dor nas costas grave e difícil de tratar.
"Ela havia sido submetida a diversas cirurgias nas costas para doença de disco degenerativa e cirurgia de fusão", explicou o anestesiologista.
Meloy estava testando o estimulador da Medtronic para ver se funcionava no caso da paciente.
O cirurgião tem que colocar um eletrodo na espinha do paciente de modo bastante preciso. A idéia é encontrar o feixe nervoso específico que está transmitindo os sinais de dor ao cérebro. De acordo com Meloy, isso exige algum treinamento e às vezes o cirurgião pode machucar o paciente, que vai gemer ou chorar.

Num primeiro momento, foi o que ele pensou que havia acontecido com sua paciente.
"Mas o som que ela fez foi um pouco diferente. Eu perguntei a ela o que havia acontecido", disse o anestesiologista.
Foi quando ela recomendou que ele ensinasse a técnica a seu marido.
O aparelho é implantado abaixo da pele e atua mudando a forma como o paciente percebe a dor.
"Em vez de sentir a dor, ele sente o que a maioria das pessoas descrevem como uma sensação de prazer na área afetada", disse Meloy.

Mas o anestesiologista espera que esse seja um uso sério do aparelho. Meloy pretende desenvolvê-lo para uso temporário, para treinar novamente a resposta sexual de um paciente, podendo ser usado fora do corpo por um cateter.